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Valente é dar a cara em campo

É possível estar nos dois lados do mesmo campo de futebol? A resposta é afirmativa e parece invariavelmente desconfortável para quem se reparte por dois emblemas. É o caso de Diogo Valente, um dos leixonenses que, na primeira volta, contribuiu para a anormal perda de pontos caseiros do FC Porto e que no sábado fará tudo para repetir a proeza com o Leixões. Tudo para no final da época regressar ao Dragão, ao clube ao qual o ligam um contrato e uma feroz vontade de se afirmar.
Num momento crucial para a discussão do título, não é difícil perceber o potencial conflito de interesses, e os clubes nunca lhe foram alheios. Já houve tempos em que os jogadores cedidos não podiam defrontar os emblemas de origem, por imposição contratual, e tempos em que o impedimento era aparentemente forjado - lesões de conveniência dispensavam os futebolistas desses duelos -, mas actualmente tudo é jogado às claras. Diogo Valente, 24 anos, prefere assim. "Há uns anos, havia essa regra, para proteger um bocado o jogador, porque tanto podia fazer o golo da vitória e roubar pontos importantes ao clube a que pertencia ou, no caso de fazer um mau jogo, ser acusado de facilitar. Acho que o melhor é jogarmos", assume, sem rodeios. "No meu caso, contra o FC Porto vou dar o meu melhor, porque, perante o objectivo que tenho, que é regressar, o melhor é mostrar serviço. Independentemente de poder fazer um golo e roubar pontos. Se neste momento estou emprestado e represento as cores do Leixões, é para pensar no Leixões e não no FC Porto." Se tiver de conquistar espaço no próximo plantel portista à custa de mais um rombo nas contas da revalidação do título azul e branco, pois que seja. É nisso que se concentrará, nos 90 minutos da 21.ª jornada. Para o esquerdino, o conflito não existe. As prioridades coexistem na ambição dele sem colidirem. "É claro que sinto, como senti, um misto de tristeza e alegria, quando vencemos no Dragão, mas neste momento represento as cores do Leixões, é por elas que quero vencer."
Na primeira volta, o Leixões foi uma surpresa, mais tarde um intruso nas contas do título, agora um sério candidato à UEFA, sem "nada a perder", depois de garantido o "objectivo da permanência", e até com um enorme gozo pelo "incómodo" provocado nos adversários, como sucedeu na última ronda, com o Benfica a ser acusado pelos leixonenses da prática de antijogo, na Luz. "Sentimo-nos importantes", sorri, perante o nervosismo alheio e o trajecto da equipa de José Mota, que chegou ao último terço do campeonato de olhos postos nos lugares cimeiros e sem razões para ambicionar menos do que o topo da tabela: "Faremos o nosso papel, dar muita luta."
fonte: O JOGO online
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