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Uma história não terá um fim

Desde o sócio número dois (em vias de se tornar o primeiro) até ao 8915, a história do Leixões conta com 101 anos de histórias e mais histórias, versões e mais versões. A prova de que o clube cresceu é a evolução deste número, que engordou e promete também ele extravasar. O objectivo imediato é atingir os 10 mil associados e somar pontos a um percurso que O JOGO recorda sucintamente na voz de quatro gerações.
Um percurso nem sempre pouco sinuoso, no qual os períodos altos assumem um relevo especial. Um encontro da história com aqueles que a fizeram. "Quando se gosta, gosta. Não é preciso ganhar títulos ou estar na I Liga. Aliás, a prova de que as pessoas do Leixões gostam do clube é que na II Divisão, nos jogos contra o Marco para disputar a subida, havia quase 10 mil pessoas no estádio. Hoje não se vê isso", recorda Luís Miguel Gomes, sócio que não teve hipótese de escolher um clube, mas que não tem pena da falta de opção. "Sempre morei no Porto e na escola não dava para discutir sobre o Leixões. Ninguém era do mesmo clube que eu, ninguém via os jogos do Leixões ao fim de semana", prossegue.
Foi o pai, também Luís, que lhe passou o estranho vício de gostar de quem poucos gostam. Perdão, de quem apenas 9 mil pessoas gostam. Mas a minoridade nem sempre é um fenómeno de afirmação. "Lembro-me de muitos que brilhavam na altura. O Raul Machado é um exemplo típico. Mudou-se para o Benfica e seis meses depois foi chamado à Selecção. Mas ele era o mesmo jogador! Hoje há outro exemplo. Já digo há muito que o Bruno China cabe na Selecção e só agora lhe estão a dar algum valor."
Selecção e transferências são assuntos que não existiam no tempo de Orlando Ramos, que assistiu e deu os primeiros pontapés no Campo da Santana, quando há 75 anos o Leixões vivia da carolice de um grupo de amigos que se esmeravam para que a equipa fosse a que melhor vestia, a que melhor se dava e a que mais se divertia. As coisas mudaram, profissionalização fez desaparecer alguns bons velhos hábitos. Hoje nasceram outros e o clube continua a crescer. Os 29 bebés que se associaram este ano são garantia de que a história não terá fim.
Luís Gomes 64 anos - Leixonense desde 1958 Paixão de 50 anos começou com uma subida de divisão
Luís Gomes apaixonou-se pelo Leixões no jogo contra o Espinho que deu a segunda subida do clube à I Liga em 1958. "Assisti a esse jogo no Campo da Santana e depois à inauguração do Estádio do Mar, em 1964. Não me esquecerei." Fez-se sócio e logo "obrigou" o filho a seguir-lhe as pisadas. Culpa a cidade do Porto pelo facto do Leixões não ser hoje maior: "Se Matosinhos fosses distante, já éramos como o Braga e o Guimarães há muito." A Taça ganha no Estádio das Antas é o momento da história que mais guarda. "Estava na Maia e não pude ir ver o jogo. Ouvi com um grupo de amigos pela rádio e fizemos lá a festa", recorda. Horácio e Praia são os jogadores de quem nunca se vai esquecer. "O primeiro era baixinho mas fazia golos de cabeça de qualquer maneira. Tecnicamente o Praia era um espectáculo", sorri.
Gonçalo Pimparel Seis semanas - Leixonense desde que nasceu Um verdadeiro bebé pela mão que guarda as redes
Bastaram seis horas de vida para que Gonçalo Pimparel se filiasse ao Leixões. Com mês e meio de vida, o filho de Beto ainda nem sabe que já escolheu um clube. O pai não se arrepende e acredita que Gonçalo será feliz quando crescer e aplaudir "um clube de topo, com títulos e a disputar competições europeias." Foram os cunhados de Beto que tomaram da liberdade de fotografar o rebento ainda na maternidade e levar o cartão poucas horas depois. O guarda-redes adorou. "Tenho um conjunto de ligações ao clube e à cidade. Os familiares da minha mulher são sócios e eu já sinto este clube com paixão. Achamos que o bebé devia ser sócio também. Ele vai ser feliz. Esta é uma aposta certa", explicou. Gonçalo tem o cartão número 8915 e ele, sim, é o actual e verdadeiro bebé leixonense.
Luís Miguel Gomes 36 anos - Leixonense há 36Leixões e Matosinhos nem sempre são sinónimos
Luís Miguel é um caso típico de paixão transmitida familiarmente. Morou sempre no Porto e de Matosinhos só conhece o Estádio do Mar. Assistiu à queda do Leixões mas achou sempre que voltaria "no próximo ano à I Liga." Isso não aconteceu e só a ida à Taça UEFA o fez esquecer "a rua escura" onde passeou o clube. "Não trocava a amargura de quase descer na I Liga pela alegria de ganhar sempre na II Divisão", garante, esperançado de que o futuro "solidifique o Leixões na Europa" e traga outros heróis além dos que conheceu. "O Rui Peneda que marcava muitos na II Divisão. Depois o Abílio e agora muitos desta equipa", enumera, ele que desconhece os bebés a não ser das histórias que houve pelo pai. "O jogo em casa contra o Belasica, na pré-eliminatória da Taça UEFA, é a minha melhor recordação. Jogámos muito!"
fonte: site O JOGO
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