Conversar com Braga é ficar com a certeza de que, em cada sorriso que se lhe escapa, assiste-se a algo precioso que não se perde no horizonte. Na segunda-feira, o médio de olhos tristes abriu um sorriso largo para toda a gente ver. O golo do triunfo em Belém tornou-o “o homem mais feliz do Mundo”. Quem observa com atenção os traços do médio, vê alguém a quem nenhuma vitória caiu do céu. “É curioso. Tenho construído a minha carreira em clubes que passaram por grandes dificuldades. É nestas situações de revolta que nos sentimos mais comprometidos em ajudar a equipa”, revela o atleta de 25 anos, com o olhar perdido no descampado que, outrora, acolheu o Estádio Vidal Pinheiro.
“Cheguei aqui como juvenil, pela mão do Levi. Vim com ele do FC Porto. Fiz aqui o resto da minha formação e estreei-me como sénior, na Liga de Honra, em 2001/02. Depois de tudo aquilo que aconteceu tive de partir. Apareceu o Tirsense e mais tarde, já em 2006, o Jorge Madureira, que era adjunto do Carlos Manuel quando me estreei no Salgueiros, levou-me para o Leça”, recorda, agradecido “ao Jorge” que lhe proporcionou “a oportunidade de chegar ao Leixões”.
No Mar, testemunha agora algo que lhe preenche o ego. ”Sei o que é a alma salgueirista, mas tenho dificuldade em explicar. Não sei... era aquele ambiente de balneário, a união que se transportava para o campo. Fico feliz por ver que é tudo muito parecido com o que estou a viver no Leixões” confessa, sentimentalista.
E não era dia de aniversário...
Depois do turbilhão que atravessou nos últimos anos – ainda assim coroado com duas subidas da 3.ª para a 2.ª Divisão com o Tirsense e o Leça –, Braga valoriza as felicitações que registou após o golo de Belém. Foram palavras de motivação que não esquece.
“Todos me deram os parabéns e quando cheguei ao balneário já tinha várias mensagens no telemóvel, dos meus pais e de alguns amigos chegados. Não tive qualquer problema em dormir”, contou, vincando que vai “continuar a ser humilde e trabalhar para voltar a ser importante no futuro”.
fonte: RECORD
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