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Braga e o golo de jovens promessas esquecidas

"Há muitos Bragas na II Divisão", diz Jorge Madureira, treinador que acompanhou Bruno Braga quatro temporadas naquele escalão secundário. Não o diz por desdém: "Na outra equipa estavam oito ou nove brasileiros e não vi nenhum melhor do que o Braga." Eis o dia de glória de Bruno Braga, avançado de 25 anos que Vítor Oliveira (director desportivo) e José Mota (treinador) foram buscar para o Leixões ao vizinho Leça. No Restelo, com um golo "à Van Basten" (perdoe-se o exagero, mas aquele remate na zona lateral da área faz soar ao belo tento do holandês na final do Euro 1988), Braga saltou do anonimato onde penam muitos jovens portugueses e brilhou na Liga principal.
Para Bruno Braga, o papel não é incómodo. Não pode ser: criado junto ao Bairro do Bom Pastor (onde cresceu Petit), em Paranhos (Porto), Bruno sobreviveu ao Salgueiros (estava lá quando acabou o futebol profissional), ao Tirsense e ao Leça - três históricos mortos ou às portas da morte. Sobreviveu a isso, à avalanche de estrangeiros, às origens humildes e aterrou no palco grande. "Já me ri disso, é verdade, de ter passado por clubes que já foram grandes", conta ao DN. "No Salgueiros vivi um drama. Parece que está a tentar regressar e ainda bem".E o Salgueiros esteve sempre por perto, explica Bruno Braga - "vivi a dois minutos do Vidal Pinheiro". Foi no clube de Paranhos que se fez ao futebol, depois do tirocínio no FC Porto (das escolinhas até aos 12 anos). Esteve em Vidal Pinheiro, hoje escombros de modernidade (por baixo circula o metro), e só saiu quando a crise matou a Alma Salgueirista. Pelo meio, fez três épocas nos seniores com a chancela de Carlos Manuel e Jorge Madureira, respectivamente treinador e adjunto, então.A seguir, dúvidas, aquelas que assaltam muitos dos jovens portugueses nas divisões inferiores. "Até aos 25/26 anos ainda se acredita que um dia a oportunidade vai chegar", contextualiza Braga. "Felizmente, a minha chegou".E chegou pela mão de dois treinadores que o seguiam de perto. Vítor Oliveira para o Leixões, José Mota então para o Paços de Ferreira. Mas no defeso Oliveira regressou a casa como director desportivo e elegeu Mota para o banco. "O Vítor Oliveira seguia-o pelo menos há dois anos e pedia-me informações regularmente", revela Madureira.Com o contrato a chegar ao fim no Leça, o Leixões avançou. Braga jogou como suplente nas primeiras rondas, à 4.ª jornada foi titular. E decidiu o jogo com um golo memorável. "Já o vi marcar muitos e alguns melhores", diz Madureira. E o futebol português, vai vê-los, também?
fonte: DN
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