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Já lhe chamam o Van Basten

Há sete anos, Braga sonhava em chegar ao patamar máximo do futebol. Carlos Manuel, então treinador do Salgueiros, dissera-lhe que "um dia chegaria lá", bastando que acreditasse no seu valor e agarrasse a oportunidade que, na altura, partilhou com Miguel Pedro - este mais rápido a entrar na I Liga pela porta da Académica. Os sonhos, por vezes, demoram demasiado tempo a tornarem-se realidade, sobretudo quando se cai no anonimato dos escalões inferiores. Mas, Braga lutou sempre pela recompensa "com as palavras de Carlos Manuel na cabeça". Até que um dia, tocou o telefone e do outro soou a tal oportunidade: um contrato de duas épocas com o Leixões. Foi um passo do "oito para o 80" para o médio-ofensivo, que Vítor Oliveira andou a observar, pela calada, durante os dois anos em que esteve no Leça, na II Divisão.
De 27 de Maio a 29 de Setembro, Braga disponibilizou-se "para jogar em qualquer posição". Uma lesão afastou Zé Manel do Restelo, cedendo lugar ao médio adaptado a ala-direito. Coincidência ou não, marcou "um golo vistoso e importante" como fizera Zé Manel na Trofa, só que este guindou o Leixões à liderança e apresenta ligeiras semelhanças a um marcado por Van Basten, contra a União Soviética, no Euro'88. "No meu golo ainda desenvolvi a jogada, enquanto ele rematou de primeira a um cruzamento. Já fiz muitos golos assim, mas no Leça", recorda, revelando ainda o que sentiu quando marcou no Restelo. "Quando marquei não estava em mim. Só no final do jogo percebi a importância do que fizera".
Ainda meio excitado "pelo momento mais feliz" da sua carreira, Braga conseguiu tudo que desejara. "Titular pela primeira vez na Liga Sagres e autor de um golo decisivo. É realmente fantástico", regozijou, talvez com a mesma expressão de miúdo no dia em que o pai o inscreveu nas escolinhas do FC Porto. "Jogar futebol era tudo o que queria. Jogava muitas vezes num rinque do bairro do Bom Pastor", destacou, satisfeito por o Leixões "estar acima do Benfica". "Vamos jogar muito mais motivados na segunda-feira", concluiu.

Tudo combinado com o "caladinho"
Braga marcou um portentoso golo graças à assistência de Diogo Valente. "Fiz com que ele metesse a bola de maneira a que me adiantasse ao adversário; levantei a cabeça em direcção à área e vi que estava em boa posição de remate", recordou Braga o lance do golo resultante da combinação com Diogo Valente. O extremo-esquerdo foi lançado no jogo aos 68', levando indicações do técnico "para dar mais profundidade e para que a bola fosse colocada nas costas do adversário e ele fez isso", disse Diogo Valente sobre o feito do colega "que é muito caladinho".

Começar por baixo
Jorge Madureira é um nome especial nas recordações de Braga ou não tivesse sido um dos responsáveis pelo lançamento da sua carreira, no Salgueiros, como adjunto de Carlos Manuel. Nas últimas épocas trabalhou com ele no Leça, sagrando-se no melhor marcador da equipa, por duas vezes. "Tive sempre a tendêndia para marcar muitos golos, alguns de meia-distância, apesar de ser médio-ofensivo", conta, agradecido pela aprendizagem de quatro anos nas divisões inferiores.
Com a extinção do futebol profissional do Salgueiros, Braga mudou-se para o Tirsense e dali para o Leça. Todos clubes afectados por profundas crises financeiras. Um problema que não afectou a sua economia pessoal. "O Tirsense pagou sempre direitinho. O Salgueiros não me ficou a dever nada, porque foi no primeiro ano de sénior; quando subimos à II Divisão o Leça cumpriu, faltando dois meses de ordenado da segunda época. Fiz por merecer o dinheiro, mas não quero prejudicar o clube", disse Braga.
fonte: site O JOGO
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