Ao longo dos anos o futebol português habituou-nos aos dramas financeiros dos seus clubes, cujos problemas acabam sempre por ser resolvidos no último momento. Mas a crise pode estar a mudar esse cenário, e o Leixões pode ser a próxima vítima.
"As pessoas e os adeptos não têm bem a percepção da gravidade da situação do Leixões", afirma o capitão Nuno Silva que está há 12 anos no clube. "A direcção e o presidente demitiram-se e não há ninguém a tentar resolver os problemas do clube, não há ninguém que dê um passo em frente", explicou o capitão, que tal como os restantes companheiros, não recebe ordenado desde Novembro. "É óbvio que os salários em atraso não ajudam, mas o problema vai muito mais além. Estou aqui há 12 anos, esta já é a minha casa e queria ficar aqui para sempre, mas temo que na próxima época, o Leixões não tenha equipa de futebol", declarou Nuno Silva, ilibando a atual direcção.
"Gostávamos que o presidente continuasse pois já fez muito pelo clube e, inclusive, meteu aqui muito dinheiro. O que aconteceu é que provavelmente muitos dos apoios que lhe foram prometidos, não foram cumpridos. O tecido empresarial e a própria cidade de Matosinhos afastaram-se do clube", lamentou o defesa. "Ninguém quer saber e não vejo nenhuma solução à vista", acrescentou o capitão leixonense.
Com a subida no pensamento
Apesar de todos os problemas o Leixões, embora à distância, persegue o trio que segue na frente pela promoção. "Ninguém nos pediu para lutarmos pela subida, essa é uma responsabilidade de outros. Mas imagine-se o que poderíamos fazer se houvesse maior estabilidade. É uma pena", lamenta Nuno Silva que nestas condições é impossível pensar em objectivos. "Há pontos em disputa. Vamos correr por fora, nunca se sabe. Mas é complicado", rematou.
O JOGO
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