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Hugo Morais em entrevista

"Não tenho nada que explicar o penálti do FC Porto"
Hugo Morais admite que reage impulsivamente a situações que não lhe agradam, mas garante que "não" teve a intenção de cometer o penálti que abriu caminho à goleada do FC Porto em Matosinhos e suscitou dúvidas a Rui Santos. O comentador da SIC Notícias desafiara Hugo Morais a explicar publicamente porque cortou a bola com a mão. O médio-esquerdo do Leixões responde agora: "Não tenho porque dar explicações, pois os jogadores já avançaram com uma queixa-crime contra Rui Santos. Acusou-me de corrupção, o que nunca fez parte da minha maneira de ser". Hugo Morais ficou também perplexo "pela valorização das coisas más". "O que é polémico vende mais, parecendo fácil difamar as pessoas e fazer correr boatos", acusou, revelando que os pais o contactaram imediatamente, "incomodados com tais afirmações, porque sabem o filho que têm". A vivência de um episódio semelhante, na época passada, com "o amigo" Nuno Diogo, também no Leixões - num penálti parecido a favor da Naval - "deu para perceber o quanto é desagradável ser-se exposto a este tipo de acusações". Digam o que disserem, Hugo Morais está "de consciência tranquila", reafirmando que o lance foi "casual". "Quando saltei a bola bateu-me no pulso e até me magoou", explicou-se, recordado pela mãe, Maria Isabel, que "não foi a primeira vez" que o filho fizera falta na área. "Ela comentou que eu já tinha feito um penálti na Liga de Honra - que não me lembro - na primeira época no Leixões".
Hugo Morais chegou ao Mar após um período de indecisão na carreira assim que terminou a ligação ao Estrela da Amadora. O empréstimo ao Barreirense valeu-lhe a oportunidade de entrar no lote de jogadores referenciados pelo secretário-técnico Nené. Entrou de imediato no planeamento de Vítor Oliveira para a época de subida à I Liga. Nessa altura, Hugo Morais tinha entregue a sua sorte à equipa do Sindicato dos Jogadores "para manter a forma, pois cansa estar muito tempo de férias", gracejou. O telemóvel tocou estava Hugo Morais num torneio na Holanda e a preparar-se para se aventurar "num clube estrangeiro". "O Vítor Oliveira ligou-me a dizer que contava comigo, que já tinha ouvido falar do meu potencial, mas sabia que eu tinha um feitio difícil. Sou muito impulsivo", conta, satisfeito por ter conseguido contornar o temperamento para "fazer parte da história recente do Leixões".

Canhotos são "espécie em vias de extinção"
Ser canhoto para Hugo Morais é pertencer a "uma espécie de jogador em vias de extinção". O estatuto de exemplar único no plantel do Leixões a fazer uso exclusivo do pé e da mão esquerdas enche-o "de orgulho". E tem razões de sobra para se sentir assim: terminou a época passada com sete assistências e dois golos; nesta, já vai com dois cantos que deram golos, no Dragão e com o Benfica, marcou o primeiro golo de livre directo da temporada do Leixões, ante o Santana e tem uma assistência para Wesley na recepção ao Caniçal. Registos que o tornam num elemento valioso na equipa e, ao mesmo tempo, mostra que sabe dar bom uso a uma peculiaridade genética que é comum a grandes talentos do futebol mundial. "Deviam aproveitar mais os jogadores canhotos, basta lembrar a quantidade de esquerdinos famosos: o grande Maradona, Messi, Paulo Futre, Roberto Carlos, o melhor lateral-esquerdo do Mundo", especificou Hugo Morais de uma lista que diz ser vasta, por isso afirma-se "num defensor dos canhotos em geral".

Benfica "precisa de criar um futuro"
Aprendeu a jogar futebol no Benfica, interiorizando a "mística do clube do coração" desde cedo. Por isso, Hugo Morais vive intensamente o presente dos encarnados, ansiando por uma "mudança" que prepare um horizonte voltado para a renovação, deixando de "viver tanto em função do passado". " O Benfica precisa de criar um futuro", aconselha, esperando secretamente o regresso dos tempos gloriosos. Confessa a admiração por Rui Costa, o ídolo que animou a ambição de Hugo Morais, lamentando que o agora director desportivo "esteja um pouco sozinho" na demanda por um novo fôlego. Hugo Morais sente "por fora tudo o que se passa no Benfica", mas nas últimas três épocas " apaixonou-se pelo Leixões". O vermelho é a cor comum aos dois clubes, tanto que no passado era catalogado como sendo o Benfica do Norte. E foi ao serviço do Leixões que viveu os momentos maiores da carreira, seguida à distância pelos pais, que "assistiram à vitória por 3-2 no Dragão". Aos 31 anos, Hugo Morais sente-se com frescura física para mais uma época em actividade, mas não lhe passa pela cabeça "ficar ligado ao futebol" quando encerrar a experiência como jogador. "Com o meu feitio difícil não tenho perfil para ser treinador", admite.

Com Beto, do liceu à Selecção
Representar o Leixões acentuou-lhe o sentido de defesa das camadas jovens. Lembrando-se de muitos que o acompanharam na idade de todos os sonhos, "uns acabaram emprestados; outros perderam-se", Hugo Morais recorda a falta "de oportunidades".
Com Maniche foi campeão pelos Iniciados e Infantis do Benfica, em Edgar viu um estímulo e de Bruno Basto nada sabe.
Hugo Morais acusa que as "pessoas ligadas ao futebol ganham muito dinheiro e nem sempre se fazem as apostas certas". O guarda-redes Beto integra o lote de talentos que se sujeitaram ao ciclo de empréstimos até perder o vínculo ao clube de formação, o Sporting. É um amigo dos tempos do Liceu de Loures que Hugo Morais reencontrou, em adulto, no Mar. A chamada de Beto à Selecção Nacional "é mais do que merecida" e vem ao encontro dos ideais de adolescência, em que cinco anos, na altura, faziam muita diferença num grupo de companheiros que incluía Marco Caneira e Márcio, outro guarda-redes criado no Sporting. "Durante três épocas assisti à evolução do Beto, pelo que já merecia uma hipótese. Tem muito mérito", comentou Hugo Morais, vendo na convocação do amigo guarda-redes "vantagens para todos os jogadores do Leixões".

Leixões na Liga dos Campeões
Hugo Morais gosta de estar sozinho, mas na maior parte das vezes está acompanhado. O defesa-central Joel, colega de equipa, é a companhia nos tempos livres, que acabam sempre em "discussões" sobre quem venceu o jogo de futebol na "playstation". Tal como nos relvados, nos jogos de computador também não aceitam bem as derrotas. Hugo Morais, diz Joel, "não gosta de perder", porém se dependesse dos dois o "Leixões estaria a lutar pela Liga dos Campeões".

Do body board ao carro de combate
A irreverência da juventude fez nascer em Hugo Morais o prazer pelos desportos radicais. O exercício de estimulação da adrenalina já o fez vogar pelas ondas do mar numa prancha de "body board" e pelos rolamentos do skate nas escapadelas às aulas. O miúdo de Póvoa de Santo Adrião haveria de ser sempre impulsivo e de feitio complicado, um apaixonado pelos extremos. Deixou-se seduzir pela força dos carros de combate, no serviço militar, e esteve a um passo de ingressar numa missão de paz na Bósnia. Tudo em prol da liberdade que o faz desejar viajar pelo mundo.
fonte: O JOGO Online
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