Jorge Gonçalves é um dos mais recentes emigrantes do futebol português. Aos 24 anos, o avançado que se preparava para cumprir a quinta época em Matosinhos ao serviço do Leixões cumpriu um sonho de criança, saltando para a Liga Espanhola para representar o Racing Santander. Na última semana, Jorge Gonçalves viveu, muito provavelmente, os dias mais intensos da sua vida. Na segunda-feira, ao final do dia, ficou a saber que o seu futuro passava por Santander, na terça-feira já estava em Espanha a ser apresentado e, na quarta-feira, já treinava com os seus novos colegas. Ao Matosinhos Hoje, o buliçoso avançado partilhou as primeiras sensações de uma aventura que só agora está a começar. “Foram dias muito agitados. Foi tudo muito rápido e praticamente nem tive tempo para me despedir de ninguém. No final do jogo com o Trofense, os responsáveis do Leixões e o meu empresário colocaram-me ao corrente de tudo e, a partir daí, começámos a discutir todas as condições. Felizmente, correu tudo bem e consegui ser inscrito em Espanha mesmo em cima do fecho do mercado”, faz notar o atacante que protagonizou o maior encaixe financeiro (entre 350 e 450 mil euros) de sempre no Leixões. “Fico orgulhoso. Sempre disse que quando saísse queria que fosse uma coisa boa para mim e para o clube. O Leixões ficou no meu coração e vou estar sempre a torcer à distância. Aliás, já estou a ver como posso ter canais portugueses de desporto para assistir aos jogos”, salienta. No plantel do Racing Santander, o atacante português encontrou o compatriota José António, antigo jogador da Académica: “Pensei que o Vaz Tê também fosse estar aqui, mas afinal não veio. O José António tem sido muito importante nestes primeiros dias. Enquanto não tenho carro tem sido ele o meu guia”, conta, divertido. O próximo desafio passa pela adaptação a uma nova realidade, ao idioma e a um campeonato tremendamente competitivo. “Acredito que não vou ter problemas. Estes dias têm-me permitido conhecer os meus novos colegas e perceber o que o treinador pretende de mim. Vim para triunfar”, sublinha o futebolista que há seis anos jogava no Avanca, da III Divisão, por empréstimo do Leixões. “O futebol é mesmo assim. Trabalhei e apareceu esta oportunidade. Muita gente contribuiu para isto. Agora, tenho de vencer este desafio, até porque fiz realmente um bom contrato, mas ainda não é um contrato de sonho”, orienta o atacante que assinou um vínculo válido para as próximas quatro temporadas.
“Selecção fica mais perto”
Com a chegada a Espanha e a participação numa Liga de referência, Jorge Gonçalves será observado com outros olhos, muito provavelmente, até do seleccionador português, Carlos Queirós: “Vou estar numa das melhores Ligas do Mundo, ao lado de grandes jogadores, e penso que isso faz com que a Selecção fique mais perto, mas primeiro tenho de me afirmar no Santander. Não vou estar obcecado, até porque se as coisas me correrem bem, naturalmente, posso vir a ter uma oportunidade”. No último domingo, o avançado regressou a Portugal para estar presente no baptizado da filha Carolina, tendo, depois, regressado imediatamente para Santander, para iniciar a preparação do encontro com o Barcelona, marcado para domingo, dia 14, seguindo-se depois o jogo da Taça UEFA, com os finlandeses do FC Honka, e, finalmente, a 21 de Setembro, o encontro com o Real Madrid. “Estreei-me na Liga com o Leixões contra o Benfica. Agora, seria fantástico estrear-me pelo Santander em Camp Nou. Só pensar nisso dá-me arrepios”, solta o novo camisola 16 do clube espanhol. “Haviam disponíveis os números 2, 15, 16 e 25. Escolhi o 16, porque no Leixões era o 19 e assim, ao menos, o 9 fica ao contrário”, explica, sem conseguir conter uma gargalhada, num sinal de quem está de bem com a vida.
fonte: site MH
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