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José Mota > "Têm de aprender que dói perder"

José Mota dobrou o século XX em fase experimental na sua nova carreira e a lutar para provar que a aposta, na altura, do Paços de Ferreira num técnico inexperiente não tinha sido uma loucura. Venceu o "maior desafio" da sua vida, prolongando a ambição até chegar ao Mar. No Leixões, bateu mais recordes pessoais e do clube do coração de Henrique Calisto, o "amigo" que está longe, recordado pela "satisfação" de ter conquistado a Taça do Sudeste Asiático, como seleccionador do Vietname. José Mota jamais esqueceu que foi na saída de Henrique Calisto que se abriu a oportunidade de se estrear como treinador.
Há nove anos que não faz outra coisa que não seja incutir ambição nos jogadores "para que aprendam o quanto dói perder". A derrota é o que mais lhe aperta o peito, por isso faz "tudo para que apareça o menos possível". Existe em José Mota uma personalidade espontânea e desejosa em cortar com a imagem estereotipada de que é "apenas treinador no Paços de Ferreira". Em 12 jornadas, porém, já é uma figura indissociável do Leixões. Liderou a Liga Sagres, na primeira vez na história do clube e da sua carreira, venceu o FC Porto, Sporting e eliminou o Benfica da Taça. Tem sido, por isso, uma escalada de prazer de quem descobriu o futebol por inspiração do irmão mais velho, o "Motinha".
Antes do José Mota que conhecemos hoje, Lordelo viu crescer nos pelados um outro José Mota, que desistiu de singrar no meio. José Albano Mota substituiu José Ferreira Mota na aventura que o levou aos juvenis do FC Porto, pelas mãos do 'magriço' Festas e depois sob os ensinamentos de outra glória portista, António Feliciano. O jovem médio-ofensivo viveu, em 1980/81, a emoção do primeiro título de campeão, no último ano de júnior, com Jaime Pacheco, a um passo de regressar a Lordelo para vestir a camisola dos Aliados, lançando-se na subida à III Divisão Nacional. A partir daí, ganhou o gosto pelas vitórias. Conseguiu a faixa de campeão da Liga de Honra pelo Paços de Ferreira, já transformado em lateral-esquerdo; como técnico ganhou mais dois títulos no segundo escalão nacional, foi à Taça UEFA e a certeza de que cria equipas com a mesma firmeza de temperamento e sentido de responsabilidade dos tempos em que foi jogador. "Era muito responsável, disciplinado e resistente fisicamente", contou, "satisfeito" por o Leixões jogar à sua imagem.

No centro do jardim das três rosas
É um homem do futebol, mas em casa o universo é feminino. Rosa, a esposa, Catarina, a filha mais velha, e Rita, a mais nova, dominam a felicidade de José Mota. São todos naturais de Lordelo, no concelho de Paredes, e todos começam a apaixonar-se pelo Leixões. Rosa Marinha rendeu-se à força da equipa orientada pelo marido, juntando-se ao apoio nas bancadas, mesmo em jogos fora. "Deus queira", pediu Rosa, que as vitórias continuem para amaciar o mau humor de José Mota quando perde.
O futebol entrou na vida de Rosa antes de conhecer José Mota, de passagem para o cinema com as amigas. Ela ficou a saber que o jovem jogava nos juniores do FC Porto, não desconfiando que ele regressaria ao Aliados de Lordelo. A natureza expansiva e confiante de Rosa conquistou o coração de José Mota, que a tomou desde logo como companheira ideal na criação de um lar estável e sociável. "A família é muito importante", afirmou José Mota, abraçando Rosa, Rita e Catarina. Já não canta fado tantas vezes, nem conta anedotas com a frequência que cativou Rosa. Mas, ainda, diz, gosta de brincar. "Há muito desgaste nos treinos e a responsabilidade aumenta", argumentou. O que nunca mudou foi o telefonema no final dos jogos de Rosa a dizer-lhe "que é o maior", seja qual for o resultado. José Mota gosta e é feliz.

O presente de Peçanha e o vizinho Mário Sérgio
Se não tivesse seguido carreira no futebol, provavelmente José Mota prosseguiria com o negócio do pai, Mário, no ramo da Indústria do Mobiliário. Mas o destino quis que continuasse nos relvados, a granjear amigos em todo o lado. É impossível enumerar os jogadores que se cruzaram em nove anos com o treinador, embora existam nomes marcantes; uns já não estão em Portugal, caso do guarda-redes Peçanha que, em vésperas do Natal, passou pela loja "Motasport" para lhe oferecer a sua camisola do Thrasivoulos. "Os amigos estão sempre presentes" na sua vida e alguns até vivem por cima da loja, caso de Mário Sérgio (na foto).

Pontapé de saída para 2009 é dado hoje logo pela manhã
Depois de, na semana passada, ter sido a última equipa a entrar nas miniférias de Natal, uma vez que José Mota orientou um treino na manhã do dia 24, o Leixões vai ser uma das primeiras a começar a trabalhar no novo ano. Fiel aos seus princípios, o treinador da formação de Matosinhos mostrou mais uma vez que é avesso a facilitismos e, como tal, não permitiu excessos aos seus jogadores na noite de passagem de ano. Isto porque, hoje de manhã, às 10h00, há treino no Estádio do Mar, com vista à preparação do jogo de amanhã em Coimbra, frente à Académica, o primeiro oficial a ser disputado em Portugal, em 2009. No final da sessão de trabalho, José Mota vai fazer, em conferência de imprensa, a projecção do encontro, no qual o Leixões vai procurar o regresso às vitórias, após três jogos sem vencer. Élvis, devido a castigo, está fora das opções do técnico. Bruno Cabral

Um amigo de longa data e um "chefe" com visão
Durante quatro épocas a relação do técnico com o jogador, em Paços de Ferreira, solidificou-se numa amizade que nunca suspeitou que o destino voltaria a reunir, desta vez, no Leixões. Vítor Oliveira é agora director-geral e José Mota ascendeu ao lugar de treinador na segunda temporada da equipa de Matosinhos na Liga Sagres. Um reencontro que não passara pela cabeça de nenhum deles, pelo menos antes de meados de Maio, até Vítor Oliveira aceitar o convite da SAD do Leixões, suspendendo a actividade como treinador. Agora, "é o chefe" de José Mota depois de ter sido seu treinador na equipa que capitaneou. Foram as qualidades no papel de capitão que projectaram a confiança de Vítor Oliveira, vendo em José Mota "o perfil para ser um bom treinador". "Quando se é um bom capitão tem-se perfil para seguir a carreira. Percebe-se num jogador o potencial de, um dia, poder tornar-se num treinador com sucesso", explicou Mota, acrescentando que foi tratando de concretizar esse futuro ao assegurar o diploma de treinador do IV nível. "Tinha tudo bem pensado e organizado para me preparar para a oportunidade de ser treinador", revelou.
O certo é que a dupla José Mota/Vítor Oliveira ficará eternamente gravada na história do Leixões. Ambos estão juntos na preparação do sucesso do primeiro terço do campeonato, porque, explica, não se precipitaram "na escolha das soluções".

Um grupo solidário e capaz de render mais
José Mota tem gestos que não passam despercebidos a quem observa os treinos diários do Leixões. Quando acaba o trabalho, gosta de brincar com os jogadores para "transmitir-lhes alegria para que mantenham o espírito positivo", pois entre o plantel e o treinador "não deve existir uma parede invisível". "Vêem-me como um amigo, um líder que está disponível para os ajudar", disse José Mota, tentando explicar uma das bases do êxito do Leixões no primeiro terço do campeonato. "Este grupo descobriu que tinha potencial, que podia render muito mais e temos ainda muito para dar", assegurou, continuando a perspectivar "o crescimento da ambição" dos seus jogadores. Insiste em falar num "colectivo forte, física e mentalmente", mas abre excepções para falar de "como Bruno China representa o que é o Leixões", do quanto lhe dá gozo "ver Wesley a defender, Braga a marcar grandes golos e como Diogo Valente superou a deficiência no espírito de luta". Por isso, está orgulhoso da sua "equipa solidária e ambiciosa".
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1 desabafos :

Anónimo disse...

Sou um fã do bom futebol e tenho um grande apreço pelo Clube.

Portanto tomo a liberdade de indica-lo um jovem atleta brasileiro chamado Pedrinho, que está atuando no Futebol Clube Cesarense com ótima performance.

Para tanto indico o link do jornal local, onde poderá verificar as últimas edições com bons relatos sobre o mesmo além de outro link com algumas jogadas do mesmo.

Tenha certeza que é uma ótima oportunidade para o Clube.

http://web.afolhacultural.com/correiodeazemeis/edicoes/1743.pdf

http://www.fccesarense.blogspot.com/

Caso queira contacta-lo 35 19 156 31 833