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A festa do bilhar é em Matosinhos!

A Cidade do "Mar à Mesa" vai ser notícia durante os próximos dias por aquilo que se irá desenrolar noutro tipo de mesas - as de bilhar. Matosinhos aposta noutra área que não a gastronomia e ao virar a agulha para o desporto de alta competição não deixa de perder qualquer tipo de protagonismo, já que vai receber os 50 melhores jogadores do mundo de bilhar de três tabelas, uma elite que, mais uma vez, vai apostar na conquista da etapa portuguesa da Taça do Mundo.
Alípio Jorge, o vice-presidente do FC Porto - clube que desenvolve uma curiosa e proveitosa parceria com o rival Leixões na organização deste torneio - que lidera a organização, revelou os pormenores da quarta visita consecutiva deste evento a Matosinhos. Os números falam por si e demonstram que toda a competição continua a crescer. "Tivemos mais de 300 inscrições, sendo mais de 110 os estrangeiros que revelaram interesse em participar. Um número que, em termos hoteleiros, representa mais de 2000 camas. O impacto da prova é tal que, apesar de termos aberto as inscrições com dois meses de antecedência, logo na primeira semana ficaram esgotadas".
O prestígio desta Taça do Mundo chega a todo o lado. "A Oceania é a excepção, de resto temos cá todos os continentes. A Europa está em pleno, chegando mesmo ao Leste e à Finlândia. Temos, depois, jogadores do Egipto, da Venezuela e Colômbia e uma forte delegação asiática, que passa pela Coreia, Japão e Vietname. Mais uma vez, e recordando o que já sucedeu no ano passado, o confronto ente os melhores europeus e os asiáticos vai ser um grande ponto de interesse da Taça do Mundo", revelou Alípio Jorge, que precisou o número de países presentes: 26.
A Taça do Mundo regressa com toda a força. Amanhã, após a disputa de várias fases de eliminatórias que decorreram durante uma semana irão saber-se, com rigor, os 32 jogadores com acesso ao quadro principal, que terá início na sexta-feira, com a disputa dos 16 avos-de-final. Vinte já têm lugar assegurado - os melhores classificados no ranking mundial e mais quem recebeu wildcard -, mas pela outra dúzia de acessos vai-se continuar a lutar, já no Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos, entre hoje e amanhã.
Ainda amanhã e no plano extradesportivo, o torneio faz uma incursão ao Dragão Caixa, para o sorteio final e uma exibição de bilhar artístico, a cargo do turco Semih Sayginer, jogador do FC Porto.
Quarteto europeu na frente com um coreano à espreita
Os cinco primeiros classificados do ranking mundial estão na linha da frente para vencer a Taça do Mundo. São eles o belga Frédéric Caudron (o líder), Dick Jaspers, Eddy Merckx e Torbjorn Blomdhal e ainda o coreano Kim Kyung-Roul. Merckx (campeão em título do torneio) teve, recentemente ,excelentes prestações no campeonato português (ajudou o Leixões a revalidar o título) e no europeu, onde só foi derrotado na final pelo referido Jaspers. Refira-se que este último venceu a Taça do Mundo em 2008. O sueco Blomdahl, por seu turno, é o quarto da listagem mundial e ganhou a edição de 2007.
Kim Kyung-Roul aposta em fazer história e tornar-se o primeiro não europeu a ganhar em Portugal, na oitava edição do torneio. Daniel Sanchez é o outro vencedor presente(1995 e 2006), mas é o próprio Alípio Jorge que reconhece "está a fazer as piores prestações desde que foi campeão mundial". "Vamos ver se é uma fase passageira", desejou.
Não há outra modalidade com 50 melhores do mundo
Com um passado que fala por si como organizador da Taça do Mundo, Alípio Jorge deixou ficar destaques e críticas. Começou pelo valor do seu torneio, comparando-o com outros eventos: "É o único em Portugal que consegue contar com os 50 melhores do mundo. Isto é um dado concreto". Também por isso, o vice-presidente do FC Porto apontou o dedo: "Nem sempre a tutela e as entidades nos trataram como merecíamos. A presença de entidades oficiais nunca aconteceu. Por várias razões e a primeira é por a Taça do Mundo não se disputar em Lisboa. Lá, teria outro tratamento. Não é ser provinciano mas a verdade é que o apoio do IDP é exíguo".
Uma das apostas do seu clube tem sido a formação, que também tem funcionado por conta própria: "Já temos aí uma série de jovens que serão grandes jogadores. O João Ferreira e o José Miguel, que também são excelentes alunos, por exemplo. Nunca tivemos um centavo de apoio para este projecto".
Sayginer dará recital
Semih Sayginer é um caso à parte no bilhar. Em diferendo com a federação do seu país, o turco só representa o FC Porto. Em Junho, duas semanas antes de Dick Jaspers se tornar campeão europeu, bateu-o em Portugal. Não vai lutar pelo ceptro, mas dá, amanhã (20h30), um recital de bilhar artístico no Dragão Caixa, na Cerimónia de Abertura.
Próximas edições contarão com 12 mesas
A equipa que coloca em pé a Taça do Mundo integra cerca de 70 elementos, mas Alípio Jorge faz questão de realçar meia centena deles - "seria impossível organizar a competição sem a disponibilidade física de cerca de 50 voluntários, que colaboram de forma graciosa". A nível material, também se destacou a Carrinho como um "grande parceiro", de quem será necessário um apoio suplementar no futuro: "Queremos continuar a crescer e pulverizar recordes de inscrição e não só. Precisamos de mais espaço e pensamos passar das actuais sete mesas para doze. Queremos atingir novas metas".
FC Porto e Leixões dão uma lição
O FC Porto e Leixões, a par da federação portuguesa e das entidades internacionais da modalidade - União Mundial de Bilhar e Confederação Europeia de Bilhar -, são os organizadores da Taça do Mundo.
Dois clubes que carregam aos ombros toda uma grande logística no final de mais uma época em que, tal como na anterior, disputaram palmo a palmo os títulos nacionais. Os matosinhenses, no passado mês de Junho, tornaram-se bicampeões (o FC Porto foi, em ambas as ocasiões, segundo) e os dragões ganharam no ano passado a Taça de Portugal e já têm um lugar reservado (a par do CB Amadora) para a final deste ano.
Nesta prova, são parceiros. "É uma lição que deve de ser reconhecida por quem precisa de a recolher. A intensa competitividade entre os dois clubes não afecta em nada esta nossa ligação. O Leixões foi campeão com todo o mérito. Nós não pudemos contar com o Daniel Sanchez, por imposição espanhola, e o Sporting não podia competir com os seus melhores. O Leixões tinha a via aberta e conseguiu o título em cima do risco".
Sobre a presença na final da Taça de Portugal, Alípio Jorge não revelou se alinhará com estrangeiros. "Temos os melhores portugueses" , adiantou somente.
O JOGO
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