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Primeiro a permanência
Num campeonato em que tudo é novo para as meninas do Mar, os bons resultados alcançados nos primeiros jogos fazem com que a equipa possa sonhar com algo mais que a permanência, objectivo delineado no início dos trabalhos. É, pelo menos, esse o desejo de Pedro Correia, técnico que cumpre o segundo ano como treinador principal à frente da equipa. “O nosso principal objectivo é garantir a continuidade na 1.ª Divisão. As coisas estão bem encaminhadas e estou convicto que vamos consegui-las. Depois dessa meta estar alcançada tentaremos fazer algo mais”, referiu o técnico, demonstrando a ambição de conduzir a equipa aos quatro primeiros lugares.
Um relvado sintético, por favor...
Pedro Correia não se deixa embandeirar em arco pelo prometedor início de época. Apesar de se mostrar “satisfeito” com o progresso da equipa, o treinador, de 31 anos, assegura que para o Leixões para evoluir precisa de melhorar as condições a nível de infra-estruturas. “O trabalho que tem vindo a ser efectuado está a dar frutos. No entanto, para poder sonhar com algo mais que a permanência teremos que ter outro tipo de condições a nível de treino. Um relvado sintético era o ideal”, explicou, mostrando-se, mesmo assim, grato à forma como as suas atletas se dedicam, gratuitamente, ao clube. “As jogadoras empenham-se ao máximo e procuram todos os dias serem melhores, exibindo uma mentalidade ganhadora que nos faz sonhar com algo mais. Também só poderia ser assim, porque o Leixões já se tornou numa referência do futebol feminino”, garantiu Pedro Correia, orgulhoso pelo grupo de atletas que comanda. Campeãs do amadorismoUma das principais culpadas pelo sucesso do futebol feminino do Leixões é Maria João Mota, também psicóloga do clube há dez anos. Para além do acompanhamento aos jovens da formação, ajudando-os a superar medos e a conciliar actividade desportiva com a escolar, foi desafiada pela Direcção para dirigir o departamento feminino, repto que aceitou com desafio de missão. Incansável na defesa dos interesses do clube, a directora é, com a sua forma entusiasta, uma fonte de alimentação para as jogadoras e equipa técnica. “Apesar de sabermos que não temos as melhores condições, porque a política do clube passa por investir na formação, temos que ter um comportamento à Leixões. Aqui, toda a gente defende a camisola no máximo das suas capacidades. Só assim é que podem cá estar”, assegura Maria João Mota, garantindo que as princesas do Mar são as “campeão do amadorismo”.
“As jogadoras sentem que estão a representar um grande clube. Tenho plena confiança que este grupo vai conseguir todos os objectivos traçados, pois o trabalho está a ser bem feito”, assegura a directora que, com a sua alegria, transmite ondas de felicidade e energias positivas às craques do Mar. Guarda prisional é defesa implacável
Carla Monteiro conta com 50 internacionalizações
Um dos maiores exemplos de dedicação ao Leixões é o de Carla Monteiro. Aos 30 anos, e depois de ter envergado a camisola das quinas por 50 vezes, a defesa central, que espalha classe no Mar há dois anos, é a capitã de uma equipa que apresenta uma insaciável sede de vitórias. Com o conhecimento do que é ser campeã nacional, ao serviço do Boavista, a experiente atleta assegura que o emblema da Cruz de Pau está no caminho certo, para, num futuro próximo, poder sonhar com o título. “Este ano, estamos num campeonato mais competitivo, mas com muita dedicação e humildade iremos alcançar os nossos objectivos. O Leixões é um clube grande e pode, caso continue a evoluir, tornar-se campeão nacional. Contudo, ainda é cedo para pensarmos nisso”, frisou, consciente das dificuldades que a equipa se debate para defrontar adversárias dotadas de melhores condições. Num plantel recheado de juventude, Carla Monteiro realça as “dificuldades em conciliar” os quatro treinos semanais com a vida profissional e particular. Guarda prisional de profissão, a defesa exibe na defensiva rubro-branca a mesma segurança que coloca no seu dia-a-dia, tornando-se numa segurança implacável na defesa das redes leixonenses. “Sou muito disciplinada e exigente em tudo o que faço. Se fazemos um enorme esforço em cá andar então temos de tirar proveito disso e conquistar vitórias. Até porque não gosto de perder, nem a feijões”. Palavra de campeã!
Kikas marca que se farta
A avançada Kikas é outra das referência da equipa, sendo, neste momento, a melhor marcadora com oito golos no campeonato. Esta época, a avançada já chegou a ser pré-convocada para a Selecção Nacional, mas acabou por não se treinar sob as ordens da seleccionadora Mónica Jorge. Já Sofia Sousa, Carole Costa e Joana Carvalho estrearam-se nas convocatórias e nas sessões de treino, não tendo, no entanto, participado depois em qualquer jogo. Fica para a próxima. Bolas e viagens Federação ajudaUm dos apoios que a equipa feminina do Leixões recebe, e que se alarga às restantes formações do campeonato, é da responsabilidade da Federação Portuguesa de Futebol, que, no início de época, entregou 20 bolas e sustenta os custos das viagens até 100km. Esta medida está garantida até ao final da primeira fase, mas existe viabilidade para o que mesmo apoio se mantenha na segunda fase do campeonato. Nesta última etapa, qualificam-se as quatro primeiras classificadas que, num campeonato entre si, irão decidir a conquista do título de campeão nacional. As restantes seis equipas irão lutar pela permanência no principal escalão.
Sabia que...
Existem três competições
A multiplicação do número de praticantes em Portugal, levou a Federação Portuguesa de Futebol, na época 1985/86, a avançar para a organização de uma prova de âmbito nacional destinada a mulheres. Actualmente, são três as competições de futebol feminino: 1.ª e 2.ª Divisões e a Taça de Portugal. Marta é a melhor jogadora do MundoA brasileira Marta (na foto), de 23 anos, foi eleita pela FIFA a melhor jogadora do Mundo em 2006, 2007 e 2008. Nos jogos Pan-americanos de 2007, ganhou mesmo a alcunha de “Pelé de Saias”. Actualmente, joga no Santos, por empréstimo até final do ano do Los Angeles Sol.
Segue-se a Eslovénia
Portugal defronta a Eslovénia, no dia 21 de Novembro, em Nova Gorica, em jogo a contar para a terceira jornada da fase de qualificação para o Campeonato do Mundo, de 2011, que terá lugar na Alemanha. Para já, a selecção nacional conta com duas derrotas no Grupo 7: 2-0, com a Itália, e 0-1, com a Finlândia.
Primeiro jogo em 1898
Quem pensa que o futebol feminino é recente, está enganado. Reza a história que as selecções de Inglaterra e Escócia protagonizaram a primeira partida de futebol entre mulheres, em 1898, em Londres.
fonte: site Matosinhos Hoje
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