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Carlos Oliveira em entrevista ao MH

Os leixonenses ainda estão a saborear uma época de grande notoriedade e já recomeçaram as preocupações. Carlos Oliveira, o homem que se decidiu por fazer do Leixões um clube à imagem do nome de rija penedia e da terra que o fez nascer, depois de um ano de tormenta na gestão, mas da possibilidade do amenizar com o sorriso dos triunfos; o Carlos Oliveira que teve de pesar bem com o seu próprio bolso as vitórias do clube, pois os cofres da Cruz de Pau só são espaços para guardar fortunas de glórias e nunca de activos que o Banco de Portugal aceite; o Carlos Oliveira que apesar do tempo de férias sobre a relva continuou a lutar bravamente sobre o tampo da secretária nas grandes decisões, ou quando projectava um futuro de um ainda melhor acompanhamento e de ter a seu lado quem o ajudasse mais a percorrer o difícil caminho, acaba de sofrer a desilusão da perda da colaboração de Vitor Oliveira, uma glória do clube, mas que não resistiu mais tempo fora dos relvados e do “banco dos sofrimentos”. Carlos Oliveira ficou mais só e num tempo dificil de decisões para construir uma equipa e continuar a reconstruir um clube.
O “Matosinhos Hoje” foi ouvir o timoneiro leixonense, pedindo-lhe resposta às questões que também inquietam o mundo leixonense, indo directo à questão do momento, mas teve de ouvir outros naturais desabafos:
Esperava a saída de Vitor Oliveira? Como vai recompor a rectaguarda do presidente?
A Administração da SAD já reuniu, mas como o treinador José Mota está de férias, queremos aguardar pela sua chegada para conversarmos sobre a situação e sobre o modelo a seguir. Eu, pessoalmente, creio que a solução que tínhamos encontrado era a melhor, principalmente quando o presidente não está a tempo inteiro e exerce a função sem remuneração, por ter de atender à sua vida profissional. Veja-se o que está a suceder nos grandes clubes. Entendemos o estado de alma do dirigente, mas a curiosidade dos nossos leitores é de querer saber mais.
E perante tudo isto, como estamos, entretanto, quanto à formação do planter para a próxima temporada?
O plantel está a ser preparado pela mesma equipa que preparou a da época passada, mas agora temos de encontrar alternativas para o que falta fazer, pois ainda teremos de encontrar a solução para algumas posições.
O Leixões está a correr riscos de desaparecimento
E Carlos Oliveira parece que se apercebeu da pergunta que tínhamos engatilhada para lhe falar quanto a possibilidades de esforço financeiro, continuando:
Estamos, entretanto, a ter enormes dificuldades com os patrocinadores, pois a crise leva a que todos recuem bastante. Era urgente que Matosinhos acordasse, pois corre o risco de ver desaparecer o seu clube. Já não consigo sozinho financiar as falhas de financiamento. Eu tenho dito que este ano vamos dar lucro, mas não podemos esquecer que tivemos épocas no passado que deram quase dois milhões de euros de prejuízo e que temos vindo a pagar. Não nos deixando intervir: Penso que antigamente pensavam que as dívidas não eram para pagar. Basta ver as contas de antigamente para ver os prejuízos que se foram acumulando. Agora era fundamental que aparecessem apoios ou se conseguisse um financiamento de médio prazo que permitisse diluir o passivo por alguns anos para se ir pagando com os lucros que agora aparecem. Vem aí tempo de incerteza para o futebol
Então a inscrição do clube nas provas oficiais está com dificuldades?
Por tudo isto é fácil concluir o processo de inscrição desta época; seria bom que quem pudesse ajudasse, pois não vale a pena pensar que tudo se vai resolver. Só se resolve o que nós fazemos por resolver, pois não há milagres e as fontes estão secas.
Mas o problema não é só do Leixões?
Pois não. Não tenho dúvidas que vão existir muitas dificuldades de inscrição daqui para a frente e que as novas regras, mais exigentes, podem levar ao desaparecimento de alguns clubes da I Liga. O diálogo com o presidente da SAD não tinha muito mais tempo para durar, pois Carlos Oliveira era, momento a momento solicitado. Mas ainda tivemos oportunidade para lhe pedir uma palavra sobre os projectos que estão sobre a mesma quanto ao Estádio do Mar e sua envolvente, o que se vai ouvido sobre salários em atraso no futebol juvenil e outros profissionais do clube. Quanto às modalidades elas não dependem directamente de mim, apesar de eu tudo tentar para minimizar os seus problemas e defender que é fundamental o Leixões continuar a ser um clube ecléctico. Também aqui Matosinhos tem de fazer mais. Há salários em atraso em todo o Leixões, eu já o disse. No entanto, alguns em vez de ajudarem só criticam, esquecendo-se que já foi muito pior em anos anteriores. Espera-se ajuda e crítica construtiva: não se pode andar a destruir o Leixões por aqui e por ali, às vezes para proveito próprio, e dizer-se que se é leixonense e alguns até se dizem desde pequeninos. Sempre disse que connosco todos os contributos são bem vindos e não vamos esquecer ou ocultar quem ajuda. Ficamos à espera...
E as obras na envolvente do Estádio?
Isso será uma ajuda e por isso tanto temos trabalhado para que se concretize, mas infelizmente estas coisas demoram muito mais que o desejável. O dr. Guilherme Pinto, presidente da Câmara, cumpriu a sua palavra, mas nem tudo depende dele. O processo está já em marcha e é inevitável, mas precisamos que se lhe dê um novo fôlego.
Uma palavra para os leixonenses?
Meu amigo, isto é como as eleições: ficamos em casa, não fazemos nada, mas estamos sempre a queixarmo-nos. É a altura de criar uma grande onda de solidariedade com o Leixões. Qualquer um a pode começar... Quem a começa? Depois não nos podemos queixar de ver as coisas ir de mal a pior. Eu, creio que já fiz o meu papel. Estou cá para continuar ou para ajudar quem queira liderar este processo. Mas isto não é tarefa de um só homem.
fonte: MH
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