Qualquer outro treinador poderia ver na casa amarela uma assombração. Na vivenda solarenga ali mesmo ao lado do campo de treinos do Paços de Ferreira mora José Mota. Mais do que mero antecessor de Paulo Sérgio, o homem que hoje dará a palestra no balneário do visitante tendo como plateia o plantel do Leixões é o melhor treinador da história pacense: nove anos como jogador, outros tantos na liderança de uma equipa na qual deixou enraizada a raça que desafia os preconceitos de um campeonato dividido entre os grandes e os outros. Tudo somado, a história poderia dar ao vizinho omnipresente uma dimensão fantasmagórica, não fora o facto de Paulo Sérgio há muito se ter deixado cativar pelo ser humano. Se há marca que Mota deixa nos que o conhecem é essa, que o ex-ponta-de-lança conheceu nos tempos em que ambos jogavam no clube: "Mota é autêntico". Tão genuíno que até corre o risco de passar despercebido, na Mata Real, tal a naturalidade dos passos, da postura, da discrição de quem se move simplesmente como mais um entre os da casa, sem alarde, sem vaidade, de cabeça serenamente erguida - aqueles que o saúdam são os mesmos que já o aplaudiram e criticaram, sabem-no um e outros.
fonte: O JOGO Online
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