É estranho imaginar os dias do Leixões, depois de três derrotas consecutivas e a duas semanas de distância do regresso do campeonato. Durante toda a sensacional época, a equipa de José Mota foi notícia pelo sucesso, jamais pela acumulação de maus resultados - excepção feita à pré-temporada, altura em que, embora os resultados não valessem, doeram q. b. a quem, de fora, se impacientava pelo que seria o desempenho dos homens do Mar. Da bancada, porém, o que se observa é um treino ruidoso, animado, uma vontade de bola que não se esgota, não se poupa nem faz supor dias miseráveis, como o resultado com o Paços de Ferreira (4-0) poderia fazer supor. A resistência começa no treinador. "Já tive épocas bem mais difíceis", admite José Mota, que, no comando precisamente do adversário que impôs o mais surpreendente dos golpes ao Leixões, viveu de tudo. Subiu de divisão, desceu, qualificou-se para as competições europeias e, no rescaldo de tudo o que já viveu como treinador, encara sem a menor hesitação as piores recordações, como a série negra de 2001/02, o ano em que o Paços coleccionou "percalços", eufemismo para goleadas - "6-0 do Sporting, 5-0 do Boavista, 4-0 do Benfica" conta - a certa altura, o Paços tinha o campeonato todo em cima, estava "em último lugar", com uma equipa "inexperiente", mas que, do fundo, conseguiu subir até ao oitavo posto da tabela. Era "o terceiro ano de treinador", mas, o quarto reservou uma prova igualmente dura - uma sucessão de nove jogos sem vencer, que começou e terminou com goleadas de números idênticos à que os pacenses impuseram, na última jornada, de 4-0. Nesse campeonato, o Paços de Ferreira terminou exactamente no posto em que se encontra o Leixões, com uma diferença promissora. Desta vez, a equipa de José Mota tem ainda oito jornadas para melhorar o sexto lugar do Leixões.
fonte: O JOGO online
0 desabafos :
Enviar um comentário