Rui Costa é voz autorizada para abordar a actualidade do universo leixonense. Administrador da SAD, director geral da secção de bilhar, e actualmente um dos delegados aos jogos da equipa profissional, Rui Costa tem sido um dos colaboradores mais próximos do presidente da SAD, Carlos Oliveira, e compreende o líder da administração quando este lamenta a falta de apoios ao clube.
Tem acompanhado, ao longo dos últimos 20 anos, várias fases da vida do Leixões. Neste momento, existe a ideia que o clube está mais estável. É verdade?
O Leixões sempre sentiu a crise. Antigamente, só tínhamos o clube, mas quando se criou a SAD em vez de haver um problema começou a existir dois. Independentemente das dívidas da SAD não estarem no clube, há problemas que não têm fim e há as dívidas correntes da SAD. O mundo do futebol envolve dinheiro, que, se calhar, poucas empresas têm capacidade para gerir. O grande problema continua a ser as questões do passado. Estamos sempre a ser apanhados de surpresa. A situação só ainda não é incomportável, devido ao presidente que temos.
Carlos Oliveira lamenta muito a falta de apoios…
[Pausa] A verdade é que Matosinhos não está muito virado para o Leixões. Temos uma massa associativa excepcional, mas sabemos que não é essa massa que vai suportar a situação financeira do clube. Acontece é que a nível empresarial não existe o apoio devido ao clube. As empresas estão de costas voltadas para o Leixões. É disso que o presidente se queixa.
Às vezes, diz que está sozinho…
Está sozinho no que diz respeito aos apoios financeiros. Aí sim. A Câmara tem estado incondicionalmente connosco, mas, a nível empresarial, existe uma falha terrível, pois as empresas estão de costas para o futebol.
O clube está a viver acima das possibilidades?
Se tivéssemos a pagar apenas o actual, seria viável. O problema é sempre o que vem por trás. Estamos sempre a ser confrontados com problemas novos. Na próxima época, termos forçosamente de baixar novamente o orçamento.
Nos últimos tempos, tem desempenhado as funções de delegado ao jogo...
Foi mais um pedido do presidente. Durante a semana não acompanho a equipa, pois ando a tratar dos problemas financeiros. É aí que gasto a maior parte do tempo.
Acredita que a equipa pode manter o actual quarto lugar e garantir a presença na Taça UEFA?
Na pré-época, sempre disse que esta equipa ia ficar acima do meio da tabela. Agora, ninguém pense em UEFA. É a tal senhora gastadeira, como já disse o presidente.
Financeiramente, não seria bom para o clube uma presença na UEFA?
Não sei. O que posso dizer é que, para já, os bons resultados que temos tido não nos trouxeram nada de novo a nível financeiro. As despesas são as mesmas e não temos tido lucro. Como sócio, adorava ver o clube na UEFA. Já como administrador, reconheço que, se calhar, não seria o ideal. Mas, se acontecer, cá estaremos para assumir as nossas responsabilidades.
fonte: Matosinhos Hoje online
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