Foi, sozinho, de comboio para Lisboa, apanhou um táxi em Santa Apolónia, saiu no Jardim do Regedor, subiu à secretaria do Benfica, chegou a acordo com o presidente Borges Coutinho e assinou contrato. João Fonseca, hoje treinador dos guarda-redes leixonenses, valeu, em 1969, 1.100 contos e ganhou um bilhete que considera ainda hoje não ter preço. “Não só fiquei com a minha caderneta assinada pelos senhores Eusébio, Coluna e Torres, como também conheci quase todo o Mundo graças às digressões que fiz com o Benfica, até fui a Teerão...”, recorda, com um brilho nos olhos.No Benfica, João Fonseca não teve vida fácil. O clube tinha sete guarda-redes e José Henriques estava firme na baliza. Ainda assim, deu para fazer “à volta de 20 jogos” e para ser bicampeão. Regressou ao Leixões – onde começou como empregado da secretaria... – e pagou ele mesmo o empréstimo. Com a camisola original, defrontou o Benfica, foi goleado e a seguir, para a Taça de Portugal, ganhou aos encarnados. Seguiu-se o Orense, sempre emprestado pelo Benfica, e Abril de 1974. Com o fim da lei de opção, Fonseca pôde decidir o seu futuro e decidiu ser jogador do Varzim. Aí, de novo sob o comando de António Teixeira, ajudou o clube a subir à I Divisão e foi internacional. Seguiu-se o FC Porto e o bicampeonato, não sendo o único totalista porque no último jogo saiu para que Rui, o seu suplente, fosse também campeão – o que o fez dar duas voltas às Antas, em apoteose. Já com mais de 40 anos, pendurou finalmente as luvas, no Desportivo de Chaves.
fonte: site RECORDfoto: blog Leixões (arquivo)
0 desabafos :
Enviar um comentário