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Pegar na Vassoura e varrer problemas financeiros

Só um caso de verdadeira paixão explica o gesto de solidariedade de Maria João Calisto pelo seu Leixões. Há muito tempo que vinha a pensar numa forma de ajudar a atenuar o peso dos encargos da SAD na manutenção do Estádio do Mar. Há cerca de um mês, decidiu vencer o "receio de comentários depreciativos" de quem não entendesse as razões que a levaram a pegar na vassoura para limpar bancadas e camarotes do recinto, sem qualquer retorno material. Aliás, a ideia era exactamente essa, "poupar ao clube o pagamento a mulheres de limpeza" para fazer o que ela faz desinteressadamente. "Se eu posso ajudar a fazer este serviço sem que o clube gaste dinheiro, acho que muitos leixonenses também podem colaborar, permitindo à Direcção usar o dinheiro para pagar as dívidas anteriores", comentou, servindo-se do seu exemplo pessoal. Maria João Calisto é, por enquanto, o único rosto de "um grupo de voluntariado" que formou com mais três senhoras, no momento em férias. Ontem, varreu e recolheu o lixo do jogo com o Nacional, prosseguindo com o trabalho feito semanas antes, que lhe marcaram as mãos com enormes bolhas de água formadas pela fricção do cabo da vassoura. Um pequeno percalço que não abala a vontade de uma modista que, aos 58 anos, assumiu a dedicação ao clube de que aprendeu a gostar após o casamento. "Sou mais doente pelo Leixões do que o meu marido", revelou, mantendo, porém, a sua reserva de carinho pelo FC Porto. Tornou-se sócia do emblema matosinhense, lembra, "durante a campanha das lulas" lançada há uns anos pela Direcção de José Manuel Teixeira num golpe de marketing de angariação de sócios. O sobrenome Calisto tem uma ligação familiar a Henrique Calisto, o seleccionador do Vietname - ontem esteve de visita ao plantel. "Sou a prima dele", explica Maria João, irmã de uma atleta medalhada do Leixões: Fátima Calisto, campeã numa disciplina do atletismo. O fervor clubístico corre no sangue da sua família. "A minha prima Laura Calisto deixou de comer quando o Boavista desceu e agora está com uma anemia", contou Maria João, uma mulher que "sai do sério quando o Leixões é prejudicado". Durante a semana, as emoções repousam e o corpo exercita-se a varrer as bancadas do estádio. No tempo que lhe resta, faz arte na máquina de costura, estando a preparar uma bela bandeira para entregar na recepção ao FC Porto.
fonte: site O JOGO
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