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Hat trick de Alain motiva para o jogo com o Nacional

A história de um avançado faz-se pelos golos marcados ao longo da carreira, e o belga Alain festejou muitos ao serviço do Leixões, em apenas uma época. Na temporada 1994/95, os adeptos leixonenses festejaram por 23 vezes a eficácia de um ponta-de-lança que quase estragava a festa do Nacional, numa eliminatória da Taça de Portugal, no Estádio do Mar.
A robustez e o ímpeto do belga - que ganhou a alcunha de "bezerra" - conduzira o Leixões à esperança de uma vitória sobre os insulares. O entusiasmo de Alain ao recordar o seu "hat trick" traiu-lhe a memória, mas os factos expuseram uma verdade crua: o Leixões perdeu esse jogo por 4-3. "Tinha a certeza de que tínhamos ganho esse jogo com os meus três golos", disse contrariado. Aliás, no histórico dos cinco encontros entre os dois clubes, a equipa matosinhense nunca conheceu uma vitória sobre o Nacional, fosse na Choupana ou no Mar.
O Leixões não venceu, mas Alain ganhou um enorme afecto pelo clube de Matosinhos, que um dia traiu. A proposta tentadora da Ovarense fê-lo quebrar um compromisso que mais tarde reconheceu ter sido "a pior asneira" da sua vida. Depois, passou pelo Braga em profunda crise financeira até que o Leixões voltou a abordá-lo para voltar a vestir a camisola do clube. "Nessa altura, pensei que se iam vingar de mim", confessou Alain, que num instante percebeu "a mística e a seriedade" do emblema matosinhense que diz "ter aprendido a amar" e pelo qual deu tudo o que podia "com total empenho".
A verdade é que foi o melhor marcador dos leixonenses na II Divisão e agora "pagava para voltar a jogar, para sentir o ambiente dos balneários nos treinos e nos jogos".
O dianteiro abandonou o futebol quando tinha 33 anos e jamais esqueceu "a sensação de realização" como jogador do Leixões: "Quando marcava festejava os golos com muito fulgor, sentindo-me um jogador da bola", lembrou Alain, plenamente satisfeito, como revelou o sorriso nos lábios, por "ter escolhido a melhor profissão do mundo".
O "padrasto" Vítor Oliveira
Alain regressou a Matosinhos para reencontrar o "padrasto". Vítor Oliveira foi seu companheiro de equipa no Portimonense, em 1983, quando acabara de chegar do Standard de Liège e cerca de quatro anos depois seu treinador em Portimão. Agora são sócios de um restaurante, onde Alain se assume num "chef de cuisine" tentado pelos sabores da pasta italiana.
fonte: O JOGO
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