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Vender por pura necessidade

A transferência de Jorge Gonçalves para o Santander será sempre uma marca na era moderna da SAD do Leixões. Tudo porque nunca o clube havia vendido um jogador para o estrangeiro, apesar de Nwoko ter estado, em Janeiro da época passada, perto de concretizar esse objectivo. Porém, o interesse do Reading desfez-se, adiando para Agosto a pretensão da administração de Carlos Oliveira de fazer história.
Muito antes de se usarem as tecnologias que permitiram aos espanhóis acederem à base de dados do jovem cibernauta Pablo Longoria para conhecerem Jorge Gonçalves, o Leixões teve de percorrer um longo caminho. Um percurso possível graças à transferência de Raul Machado para o Benfica, em 1962. O Leixões acabava de participar na Taça das Taças, os encarnados tinham ganho a Taça dos Campeões Europeus. Raul Machado não queria sair para não perder o seu emprego como aprendiz de serralheiro, mas o Leixões não lhe deu outra escolha: ou ia para a Luz ou ficava três anos sem jogar. O clube estava à beira do precipício, e só um bom encaixe financeiro evitaria a queda e a falência. Assim, conta-se que os clubes acordaram o valor para que o Leixões deixasse o desafogo. Uma soma "astronómica", diz-se, e que, além de resolver a crise, permitiu que se avançasse em 1963, pela primeira vez, com uma equipa totalmente profissional. Na época anterior, seis titulares, além de Machado, eram amadores.
Raul Machado foi 11 vezes internacional, chegando a ser pré-convocado para o Mundial'66. No Benfica, ganhou títulos, mas é pelo Leixões que o seu coração ainda bate. O clube ficou-lhe agradecido, e hoje os sócios sabem que, se o defesa não tivesse aceitado mudar-se, provavelmente o clube tinha acabado e hoje não os encheria de alegrias.
fonte: O JOGO
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