William Kizito, futebolista do Leixões Sport Club, quer conquistar mais três pontos frente ao Aves e diz que o facto de o jogo ser à porta fechada não afecta os objectivos traçados.
Em declarações ao site oficial do clube o primeiro ugandês a jogar no clube diz que o apoio dos adeptos é importante e que tem a certeza que, no domingo, as vozes deles vão fazer-se ouvir dentro do estádio.
Sobre o motivo do castigo, Kizito é peremptório: "Os adeptos do Leixões não são racistas."
LSC – Domingo regressou às opções iniciais do treinador. Estava à espera de ter sido titular em Tondela?
Kizito – Qualquer jogador que esteja entre os convocados sabe que pode ser opção inicial do treinador. Treino e trabalho todos os dias com esse objectivo, tal como todos os meus companheiros de equipa. A partir do momento que o treinador escolhe o onze temos de estar aptos para corresponder ao que nos é pedido. Foi o que fiz no domingo e o que tento fazer sempre.
Depois de um período de grande fulgor, com vários golos apontados, tem jogado com menos frequência. Como analisa isso?
Com naturalidade. As opções são sempre do treinador. Todos os jogadores, ao longo da época, têm momentos de melhor forma do que outros. É preciso ver que eu sou muito novo, estou a viver a primeira experiência fora do Uganda e que ainda tenho muito para aprender. Houve uma altura em que joguei mais, nos últimos tempos tenho jogado menos. A vida de um jogador é assim mesmo e há que respeitar as decisões. O plantel é grande e as oportunidades vão surgindo. O que temos de fazer é dar o máximo quando somos chamados para voltar a merecer mais oportunidades.
Esperava ver o Leixões envolvido na luta pela subida de divisão?
Desde que cheguei ao Leixões que sempre me disseram que o nosso objectivo principal era alcançar a permanência nesta divisão. Mas, a partir do momento em que assegurámos isso, é natural que se pense em algo mais. Estamos a jogar bem, a conseguir pontos e estamos bem classificados, envolvidos na luta pela subida, e é por isso que vamos lutar até ao limite das nossas forças.
Sabe que o próximo jogo vai ser realizado à porta fechada, não sabe? Alguma vez viveu uma situação do género?
Nunca joguei sem público nas bancadas. Vai ser a primeira vez e vai ser estranho. Mas não vai ser por não haver adeptos nas bancadas que não vamos jogar para ganhar. O objectivo é conquistar os três pontos, como sempre. Jogamos em casa, não vamos ver os adeptos, mas sei que eles nos vão apoiar. Já ouvi dizer que estão a organizar forma de nos apoiar e sei que vamos ouvi-los dentro do estádio. Nós queremos ouvir a voz deles. A voz deles é importante em todos os jogos e neste não vai ser excepção.
Também sabe que o castigo foi aplicado porque os adeptos do Leixões foram acusados de terem tido atitudes racistas no jogo com o Belenenses. O Kizito, sendo de raça negra, alguma vez sentiu reacções negativas por parte dos nossos adeptos?
Não, bem pelo contrário. Sempre me trataram muito bem. Tanto quando estou dentro do campo como na rua. Fazem questão de me dizer inúmeras vezes que gostam muito de mim. Moro aqui perto do estádio, ando muito a pé por Matosinhos e nunca senti qualquer reacção negativa pelo facto de eu ser preto. Bem pelo contrário. Até me pedem para tirar fotos com eles e tudo. Acho que deve ter havido alguma confusão porque os adeptos do Leixões não são racistas. Se fossem, eu não podia ser jogador deste clube, não acha?
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