Aos 44 anos, José Mota enfrenta um novo desafio na sua carreira, tendo assumido a responsabilidade de consolidar o Leixões na Liga e garantir a permanência sem os sobressaltos da época passada.
Depois de várias épocas ao serviço do Paços de Ferreira, tendo feito apenas um intervalo para orientar o Santa Clara, em 2003/04, o experiente treinador aceitou o desafio de Vítor Oliveira, director desportivo dos leixonenses, e, para já, sente-se encantado com o que encontrou em Matosinhos.
Depois de várias épocas ao serviço do Paços de Ferreira, tendo feito apenas um intervalo para orientar o Santa Clara, em 2003/04, o experiente treinador aceitou o desafio de Vítor Oliveira, director desportivo dos leixonenses, e, para já, sente-se encantado com o que encontrou em Matosinhos.
Ficou surpreendido com o convite do Leixões?
Não. No futebol, temos de estar preparados para tudo e, após o termo do campeonato, e já depois de algumas reuniões com os dirigentes do Paços de Ferreira, o Vítor Oliveira abordou-me no sentido de avaliar a minha disponibilidade para treinar o Leixões. Ele ainda estava a estudar a possibilidade de ser o director geral e ficou decidido que quando ele resolvesse a sua situação, falaríamos novamente. Fiquei orgulhoso e satisfeito, pois o Leixões é um clube com mística e qualquer treinador gostaria de estar aqui.
Ser convidado por Vítor Oliveira deve ter sido especial para si…
O Vítor Oliveira foi meu treinador durante quatro épocas. Aos 23 anos, eu era capitão do Paços de Ferreira e já naquela altura conversávamos muito e lembro-me dele dizer-me que um dia podia ser treinador. Sempre tivemos uma relação de frontalidade e, indiscutivelmente, o Vítor Oliveira marcou-me como treinador. Para além dos resultados desportivos, que foram excelentes, pois o Paços de Ferreira chegou pela primeira vez à Liga, sempre admirei a forma como geria as situações.
O José Mota treinador "bebeu" algo do Vítor Oliveira como técnico?
Sem dúvida. E já referi isso em anteriores situações, não é por agora estar aqui nesta posição. É uma pessoa muito frontal, dinâmica, que se entrega de forma apaixonada aos clubes. Temos isso em comum.
Também se identifica com a paixão dos adeptos do Leixões?
Totalmente. É das coisas que mais me fascina e vejo isso como mais uma responsabilidade positiva. A massa associativa é exigente, mas isso é bom e temos de retirar dividendos disso. Pior seria que ninguém se interessasse por nós. A exigência tem de reflectir no grupo de forma positiva, obrigando-nos a ser cada vez melhores e a trabalhar com grande concentração. O Leixões não é um clube qualquer.
Encontra semelhanças com o Paços de Ferreira?
Muitas. O Leixões talvez tenha maior tradição no futebol português, mas ao nível da exigência no dia-a-dia é a mesma coisa. Acima de tudo, sinto que cheguei a um clube de gente boa, humilde, que sabe que só se consegue as coisas com sacrifício.
Concretamente, o que lhe pediu a administração? Apenas a permanência?
Não podemos ter mais ilusões. Naturalmente, a permanência é o objectivo, mas queremos alcançar essa meta de uma forma que nos dê algum gozo. Queremos ganhar mas de uma forma que satisfaça toda a gente. Para isso, é preciso ter ambição e criar um grupo solidário, pois só assim podemos tornar as coisas mais fáceis. Quem tem maiores orçamentos, normalmente consegue melhores jogadores, mas isso não quer dizer que consiga a melhor equipa. As equipas têm de ser trabalhadas e é aí que entra o papel do treinador. Por isso, volto a insistir, é fundamental ter um bom grupo, com uma liderança forte.
Vai tentar colocar a equipa a praticar bom futebol?
Isso é o melhor que pode acontecer a um treinador. E sou daqueles que pensa que se jogarmos bem estamos mais perto de ganhar. Agora, as coisas não acontecem de uma dia para o outro, como por magia. Nesta fase, o mais importante é alicerçar amizades para criar um grupo mais homogéneo. Se isso acontecer, o trabalho feito durante a semana terá naturalmente de dar os seus frutos.
O plantel dá garantias para um campeonato tranquilo?
Sim, estou optimista, pois sinto que o grupo-de-trabalho é bom. Tenho aqui jogadores que não sei bem qual será o seu limite, mas isso é um trabalho que iremos fazer. Temos de rentabilizar o potencial que existe.
Com que ideia ficou da equipa face ao que viu na época passada?
Sinceramente, uma equipa com muito potencial. Não quero falar muito em relação ao passado, mas se ficou na Liga foi por mérito próprio.
O estágio em Melgaço é uma fase importante da pré-época?
Diria que é fundamental. Na minha análise, os estágios são fundamentais para se cimentar amizades e conhecermo-nos um pouco melhor. Neste momento, cada um almoça em sua casa e depois vem para o treino. A semana em Melgaço será importante para estarmos mais próximos.
Já analisou o calendário? O Leixões começa em casa com o Nacional…
Pela experiência que tenho tudo depende do andar da carruagem. Mas, por exemplo, satisfaz-me começar em casa, assim como me agrada a ponta final da primeira e segunda volta, pois parece-me que aí iremos defrontar um leque de equipas com objectivos semelhantes. Pode haver ansiedade no primeiro jogo, mas há tempo para trabalharmos nessa situação.
fonte: JN
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